TEA e THAD
Terapeuta especializada no atendimento do transtorno do neurodesenvolvimento infantil ligado ao transtorno do espectro autista ou déficit de atenção e hiperatividade
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta as pessoas de diferentes formas na área da sociabilização, comunicação e comportamento.
O Terapeuta Ocupacional (TO) é um profissional muito importante durante o processo de tratamento da pessoa com autismo. O TO busca trabalhar com o seu assistido o desenvolvimento de atividades, desde as mais simples, como escovar os dentes ou se alimentar sozinho, às mais complexas, como dirigir um carro por exemplo.
A Terapia Ocupacional Infantil busca trabalhar três principais áreas: Atividades de Vida Diária (AVDs), atividades relacionadas a escola (trabalho escolar) e atividades relacionadas ao brincar, sendo este último o principal recurso utilizado pelo TO.
O principal objetivo do TO é ajudar o indivíduo com TEA a se tornar mais independente e assim, contribuir para a melhora da sua qualidade de vida.
Além disso, a Terapia Ocupacional trabalha na integração de atividades em seu dia a dia que satisfazem suas necessidades sensoriais e reduz o excesso ou a falta de estímulo. A TO ajuda a criança a responder de forma adequada à luz, ao som, ao toque, aos cheiros e outras informações. A intervenção geralmente foca em atividades destinadas a ajudar uma criança a gerenciar melhor seu corpo no espaço.
Quais habilidades a Terapia Ocupacional pode ajudar a promover?
Habilidades de vida diária, tais como vestir-se, pentear o cabelo, escovar os dentes, calçar sapatos, comer sozinho, tomar banho sozinho, entre outras.
Habilidades motoras finas como escrever ou usar tesouras para cortar;
Habilidades motora para andar de bicicleta, por exemplo;
Consciência corporal no espaço;
Percepção do corpo;
Estimulação sensorial;
Habilidades visuais;
Habilidades cognitivas.
Trabalhando essas habilidades a pessoa com autismo pode se desenvolver e ser capaz de:
Vestir-se;
Comer sozinho;
Escovar os dentes sozinho;
Tomar banho sozinho;
Aprender a se concentrar;
Aprender a se autorregular;
Conquistar independência.
A terapia ocupacional é uma importante intervenção que auxilia e incentiva o indivíduo com autismo a fazer parte da sociedade e a se tornar mais independente. Não podemos nos esquecer que a participação dos pais e educadores é fundamental nesse processo.
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TDAH: Em Que a Terapia Ocupacional Pode Ajudar?
Dando continuidade a série de textos sobre a Terapia Ocupacional na Reabilitação Infantil, esse mês decidi falar sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).
Segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção, o TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Os sintomas característicos desse transtorno são desatenção, inquietude e impulsividade.
Quando falo em Reabilitação Infantil no TDAH, o terapeuta ocupacional é o profissional que objetiva facilitar os processos de aprendizagem e desenvolvimento das habilidades motoras e processuais necessárias para o desempenho de atividades de vida diária, estudo, brincar e lazer.
As habilidades motoras dizem respeito ao uso de nosso sistema osteomuscular (ossos e músculos) e articulações. É comum pessoas com diagnóstico de TDAH serem consideradas “estabanadas”, preferirem brincadeiras infantis ou mais perigosas, por conta de prejuízos no funcionamento do sistema osteomuscular e nas noções de esquema corporal.
Com o objetivo de amenizar os sintomas do TDAH, são utilizadas atividades recreativas e lúdicas para estimular a criança ou adolescente a utilizarem habilidades artísticas, corporais e que envolvam a criação do próprio conteúdo trabalhado. O objetivo é possibilitar a integração corpo, atenção e memória, organizando no tempo e espaço da criança ou adolescente.
Vale lembrar que essas atividades devem contar com o apoio tanto do núcleo familiar quanto do âmbito escolar, pois elas promovem a organização do indivíduo, ajudam a construir sua independência e estruturar veias emocionais.
As habilidades processuais, ou cognitivas, são necessárias para o melhor desempenho ocupacional nas atividades de rotina. Algumas delas são: atenção, foco, ritmo, escolhas, concentração, manipulação, iniciativa, sequenciamento, organização, entre outras. Como vimos, o TDAH afeta principalmente a área do cérebro responsável pela atenção, fazendo com que a criança e o adolescente tenham maior dificuldade em manter-se nas atividades que exigem mais dessa habilidade.
A criança e o adolescente com TDAH pode apresentar também prejuízos nas habilidades de interação social. E por isso, a intervenção do terapeuta ocupacional vai acontecer dentro dos contextos de vida da criança ou do adolescente, ou seja, na escola, em casa, em parques.
Algumas estratégias para auxiliar a criança ou adolescente com TDAH:
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Estabeleça uma rotina estruturada com as tarefas e atividades diárias claramente descritas. No texto “A rotina pode favorecer no desenvolvimento infantil?”, publicado aqui no Blog, você pode saber um pouco mais sobre como estruturar a rotina do seu filho.
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Inclua atividades físicas, expressivas e livres na rotina de seu filho;
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Sempre elogie os acertos e encoraje nos erros;
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Defina regras claras e simples;
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Use pistas visuais com o passo-a-passo da atividade. Por serem mais desatentos, pessoas com TDAH desenvolvem melhor a memória visual, ou seja, aquilo que ela vêem fica registrado, muito mais do que aquilo que lhes é falado.
No ambiente escolar, o terapeuta ocupacional pode atuar junto aos professores dando apoio e orientação sobre as facilidades e dificuldades do TDAH em sala de aula. Na minha atuação é feito uma análise da atividade e proposto adaptações/estratégias (ambientais e sensoriais) que facilitam o processo de aprendizagem da criança e do adolescente. Outros recursos que podem ser utilizados são filmes, passeios, teatro, música, expressões artísticas.
Se o objetivo é mediar conflitos e favorecer o desenvolvimento de habilidades de interação social, o terapeuta ocupacional pode utilizar “técnicas de pintura, jogos teatrais, jogos cooperativos, contação de histórias e outras atividades de interesse das crianças, com o objetivo de despertar um espaço lúdico na escola, com valorização da criatividade, experimentação, convivência e criação de vínculos.”
Manter uma aproximação com a família também é de extrema importância. O terapeuta ocupacional pode propor oficinas de atividades como um espaços de acolhimento, trocas de experiências e informações a respeito do TDAH.
Por fim, a promoção de autonomia e a independência de seus clientes são sempre o foco principal do terapeuta ocupacional na Reabilitação Infantil. Vestir-se, despir-se, preparar e comer uma refeição são exemplos de atividades que podem ser trabalhadas na terapia.