Disfunções Neuromotoras
Terapeuta especializada no atendimento de pacientes com desordens permanentes de desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não progressivo
O termo neuromotora refere-se às deficiências ocasionadas por lesões nos centros e vias nervosas que comandam os músculos. Dentre os principais quadros motores que a Terapeuta Ocupacional atual estão: Paralisia cerebral (PC), Lesão medular (parablegia/tetraplegia), deficiências neuromusculares (distrofias musculares).
As desordens neuromotoras descrevem um grupo de desordens permanentes de desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não progressivo que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil, podendo contribuir para limitações no perfil de funcionalidade da pessoa.
Nos casos confirmados de deficiência, oferecemos apoio psicossocial e emocional às famílias e cuidamos de informar sobre os direitos das pessoas com deficiência, tais como: passe livre de transporte, benefício do INSS e educação inclusiva. Quanto mais cedo a família tem informações sobre as dificuldades e as necessidades da criança, maior a chance de criar alternativas e obter respostas mais favoráveis.
Uma das principais causas de Paralisia Cerebral (PC) é a hipóxia, situação em que, por algum motivo relacionado ao parto, tanto referentes à mãe quanto ao feto, ocorre falta de oxigenação no cérebro, resultando em uma lesão cerebral.
Além da falta de oxigenação, existem outras complicações, menos recorrentes, que podem provocar a PC. Entre elas estão: anormalidades da placenta ou do cordão umbilical, infecções, diabetes, hipertensão (eclampsia), desnutrição, uso de drogas e álcool durante a gestação, traumas no momento do parto, hemorragia, hipoglicemia do feto, problemas genéticos, prematuridade.
Há uma grande variação nas formas como a PC se apresenta, estando diretamente relacionadas à extensão do dano neurológico: lesões mais extensas do cérebro tendem a causar quadros mais graves. Os diferentes graus de comprometimento motor e cognitivo podem levar a um leve acometimento com pequenos déficits neurológicos até a casos graves, com grandes restrições à mobilização e dificuldade de posicionamento e comprometimento cognitivo associado. As alterações da parte motora incluem, problemas na marcha (como paralisia das pernas), hemiplegia (fraqueza em um dos lados do corpo), alterações do tônus muscular (espasticidade caracterizada por rigidez dos músculos) e distonia (contração involuntária dos membros).
Em casos graves, há necessidade do uso de cadeira de rodas adaptada. Já as alterações cognitivas incluem problemas na fala, no comportamento, na interação social e no raciocínio. Os pacientes também podem apresentar crises convulsivas, epilepsias, crise de ausência, Tônico- clônica, dentre outras. .
1 em cada 4 crianças com PC não consegue falar;
1 em cada 4 não pode andar;
1 em cada 2 tem deficiência intelectual;
1 em cada 4 tem epilepsia.
A reabilitação dos pacientes tem como objetivos contemplar o ganho de novas habilidades e minimizar ou prevenir complicações como, deformidades articulares ou ósseas, convulsões, distúrbios respiratórios e digestivos.
O tratamento para essas pessoas requer a atuação de diversos profissionais de saúde: fisiatra, ortopedista, neurologista, pediatra e oftalmologista, além de outros especialistas da saúde como, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, educador físico e nutricionista. A equipe multidisciplinar pode melhorar muito sua qualidade de vida, sendo importante que suas capacidades de convívio social, de produção e de trabalho sejam reconhecidas, permitindo que tenham uma vida o mais próximo do normal.